“Desde sempre a Humanidade necessitou de comunicar entre si. Daí que, ao nível mítico, a importância da comunicação fosse simbolizada por um deus – Hermes. Um deus pré-helénico que absorveu entre si outros deuses, espelho de tantos outros mitos e cultos conforme consta dos hinos homéricos.
Segundo alguns poetas antigos, Júpiter = Zeus e, segundo outros, Mercúrio (romano) = Hermes (grego). Mercúrio – Filho de Júpiter e de Maia. Deus da eloquência, do comércio e dos ladrões. Era o Mensageiro dos Deuses, particularmente de Júpiter (que, para haver maior rapidez na execução das suas ordens, lhe pegara asas na cabeça e nos calcanhares). Representa-se, em regra, com um caduceu (vara que Apolo entregara a Mercúrio) na mão.
Era proverbial a sua rapidez e, por isso, os poetas e os escultores concederam-lhe asas e as suas sandálias de ouro eram o meio de transporte clássico por excelência, marcando, por isso, uma etapa mítica importante na comunicação internacional e na civilização.
Em honra ao Mercúrio romano, equiparado ao Hermes grego, os comerciantes de Roma no ano de 495 a. C., consagraram-lhe o seu primeiro templo. Ganha também aqui a denominação de deus das medidas e dos números, da escrita, da representação gráfica e das bibliotecas, o que revela o oculto e autor de escritos antigos, portanto, um deus da Comunicação.
A invenção da escrita foi, na história da Humanidade, acompanhada pela transmissão rápida de mensagens mais simplificadas, graças ao novo meio de transmissão – o papiro – as folhas fabricadas a partir do miolo das plantas do papiro, fizeram chegar até nós fragmentos que contêm escritos que têm resistido até aos nossos dias.
A vida dos antigos egípcios é-nos comunicada através de papiros onde se tem a sensação de que este povo foi dos mais sensíveis às artes mágicas e mais vulneráveis às superstições.
Os papiros do Egipto transmitem-nos os testemunhos mais antigos da historiografia e da literatura gregas e oferecem-nos uma perspectiva riquíssima sobre uma misteriosa civilização que continua a desvendar algumas chaves da nossa civilização.
É com Júlio César, imperador romano, no ano de 59 a. C. que um boletim oficial começa a circular pelas remotas províncias daquele vasto império. Os boletins que se seguiram foram evoluindo, transformaram-se em jornais, e deram um passo significativo com a invenção da imprensa por Gutenberg.
∞
O progresso das fases de evolução das comunicações poderá ser escalonado por vários períodos distintos.
O 1º Período situa-se sensivelmente até 1860.
Até esta época os principais meios de comunicações eram os mensageiros, os sinais visuais e sonoros e os pombos-correios; estes um dos meios que até então proporcionava ligações relativamente rápidas e a longa distância.
Curiosamente encontramos na história das nossas telecomunicações o telégrafo de bolas que foi utilizado pelas tropas luso-britânicas, durante a guerra peninsular (1810/1911).
O sistema instalado nas Linhas de Torres Vedras consistia num conjunto de meios ópticos com estações semafóricas operadas por portugueses e estações telegráficas guarnecidas por ingleses, utilizando o telégrafo de balões e bandeiras.
Os telégrafos de bolas estavam instalados em 5 locais estratégicos: Alhandra, Sobral de Monte Agraço, Nossa Senhora do Socorro, Torres Vedras e Ponta do Rol e, comunicavam entre si, com alguma rapidez, à distância de dez a doze quilómetros.
Este tipo de equipamento, que permitia formar números até 10.000, era constituído por um mastro e uma verga à qual as bolas cor branca e preta com 50 cm de diâmetro, cheias de areia eram suspensas por cordas de cor escura que funcionavam em roldanas subindo ou descendo as bolas fixando-as em duas alturas diferentes; as cinco bolas que ficavam colocadas na linha junto à verga indicavam as unidades de um a cinco a contar da direita para a esquerda; as cinco bolas que ficavam colocadas abaixo dessas, uma linha inferior, indicavam as dezenas de 10 a 50.
A extremidade da verga do lado esquerdo do mastro serviria possivelmente para transmitir códigos especiais.
A extremidade superior do mastro era utilizada para fazer combinações, com uma bola pendurada e com uma bandeira e/ou um galhardete que permitia os números de 100 a 900.
O vocabulário usado nos telégrafos era aquele que se usava na marinha ao qual se acrescentam várias frases ou expressões breves referentes ao serviço em terra.
O código usado era constituído por caracteres numéricos que correspondiam às ditas frases ou expressões breves.
∞
O 2º. Período podê-lo-emos enquadrar entre 1860 a 1900.
Dá-se o aparecimento da energia eléctrica e o aperfeiçoamento do telégrafo.
Instalam-se os primeiros circuitos filares entre terminais.
Foi HERTZ o primeiro homem a produzir e a estudar as ondas electromagnéticas (séc. XIX) dando o seu nome a uma unidade de frequência (também chamado ciclo); sem os seus estudos não teriam sido possíveis a rádio e a televisão. Neste âmbito, os inventores sucederam-se em muito pouco tempo e não tardaram a surgir outros, como por exemplo: MORSE, que, tendo imaginado a actualização do telégrafo, levou a cabo o seu invento. A primeira demonstração, por meio do código morse, foi feita na Universidade de Nova York, mas o primeiro telegrama, através de cabo submarino, só foi enviado de Washington para Baltimore (45 Km), embora com alguma dificuldade.
M − − O − − − R ∙ − ∙ S ∙ ∙ ∙ E ∙
∞
O 3º. Período enquadra-se entre 1900 e 1920.
O inventor, MARCONI, utilizava os trabalhos de Hertz e de outros, sobre a propagação das ondas electromagnéticas e consegue a comunicação por telegrafia sem fios (TSF).
O aparecimento da TSF assinala este novo período. Foram estabelecidos os primeiros contactos por rádio entre a Europa e os Estados Unidos. O cabo submarino também faz aqui a sua aparição.
Neste período a velocidade das comunicações é já relativamente elevada.
Registe-se que as comunicações em grafia (morse) duraram quase um século sem grande desvanecimento mas hoje estão a ser ultrapassadas por outros meios de transmissões mais rápidos, mais preciosos e mais autênticos.
∞
O 4º. Período situa-se entre 1918 e 1945.
Trata-se de um período de enormes tensões mundiais. Precisamente entre o fim da 1ª. Guerra Mundial e o fim da 2ª Guerra Mundial. Neste período deram-se os maiores progressos na história das transmissões e electrónica, se excluirmos os satélites, os sistemas digitais e as transmissões ópticas.
Até 1963 as telecomunicações continuaram a avançar prodigiosamente. Actualmente existem esforços de investigação que se orientam para complementar os processos convencionais já existentes e permitir processos múltiplos num mesmo circuito através da multiplexagem, ou seja: Fonia, teleimpressora, dados, fax, TV, etc.
Tirar partido dos meios de transmissões já existentes e doutros mais aperfeiçoados é o objectivo, tais como “difusão ionosférica”, satélites dispondo de centenas, ou mesmo de milhares de canais de transmissões simultâneas em posição fixa sobre o globo terrestre (órbita geo-estacionária) ou em órbitas móveis.
Muitos são os meios de transmissão mais modernos:
O Bip-Bip que é um sistema de transmissão unidireccional, via rádio, de avisos codificados, que são recebidos por pequenos receptores portáteis e interpretados por critérios concebidos previamente.
A Fibra Óptica que comunica pelo envio de impulsos de luz em pequenas linhas de quartzo, com precisão, rapidez e fidelidade.
A Televisão é o grande meio de comunicação do nosso tempo. Pode explicar-se assim: a formação de uma imagem numa tela correspondente a particulares distribuições de intensidade de luz nas várias partes do ecrã. O movimento da imagem nasce de vibração dessas intensidades no tempo.
O Laser que produz um intenso raio de luz altamente dirigível. Um destes raios é capaz de transmitir chamadas telefónicas ou emissões televisivas dez mil vezes superiores às actuais microndas.
O Satélite artificial é um meio de transmissão que gira no espaço à volta de um corpo celeste que segue uma órbita fixa. Está na crista da onda das comunicações.
Quem não se lembra da reportagem do Centro Espacial de Houston (Texas)? “− Os astronautas já estão verdadeiramente no outro mundo – salientou o informador da NASA, momentos depois da espectacular transmissão directa de TV, da nave espacial Apolo-8 para a Terra. Seguiram-se imagens verdadeiramente sensacionais, do globo terrestre, a uma distância de 334 mil quilómetros).
Manuel Valadas Horta “.
Nota: Este artigo data do ano de 1990! Hoje, o telefone, a rádio a fotografia, a televisão, o radar, o telemóvel, a Internet, etc., deram passos gigantescos que permitem criar e manter entre indivíduos hábitos sociais e a estimular modas e novidades.
Segundo alguns poetas antigos, Júpiter = Zeus e, segundo outros, Mercúrio (romano) = Hermes (grego). Mercúrio – Filho de Júpiter e de Maia. Deus da eloquência, do comércio e dos ladrões. Era o Mensageiro dos Deuses, particularmente de Júpiter (que, para haver maior rapidez na execução das suas ordens, lhe pegara asas na cabeça e nos calcanhares). Representa-se, em regra, com um caduceu (vara que Apolo entregara a Mercúrio) na mão.
Era proverbial a sua rapidez e, por isso, os poetas e os escultores concederam-lhe asas e as suas sandálias de ouro eram o meio de transporte clássico por excelência, marcando, por isso, uma etapa mítica importante na comunicação internacional e na civilização.
Em honra ao Mercúrio romano, equiparado ao Hermes grego, os comerciantes de Roma no ano de 495 a. C., consagraram-lhe o seu primeiro templo. Ganha também aqui a denominação de deus das medidas e dos números, da escrita, da representação gráfica e das bibliotecas, o que revela o oculto e autor de escritos antigos, portanto, um deus da Comunicação.
A invenção da escrita foi, na história da Humanidade, acompanhada pela transmissão rápida de mensagens mais simplificadas, graças ao novo meio de transmissão – o papiro – as folhas fabricadas a partir do miolo das plantas do papiro, fizeram chegar até nós fragmentos que contêm escritos que têm resistido até aos nossos dias.
A vida dos antigos egípcios é-nos comunicada através de papiros onde se tem a sensação de que este povo foi dos mais sensíveis às artes mágicas e mais vulneráveis às superstições.
Os papiros do Egipto transmitem-nos os testemunhos mais antigos da historiografia e da literatura gregas e oferecem-nos uma perspectiva riquíssima sobre uma misteriosa civilização que continua a desvendar algumas chaves da nossa civilização.
É com Júlio César, imperador romano, no ano de 59 a. C. que um boletim oficial começa a circular pelas remotas províncias daquele vasto império. Os boletins que se seguiram foram evoluindo, transformaram-se em jornais, e deram um passo significativo com a invenção da imprensa por Gutenberg.
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O progresso das fases de evolução das comunicações poderá ser escalonado por vários períodos distintos.
O 1º Período situa-se sensivelmente até 1860.
Até esta época os principais meios de comunicações eram os mensageiros, os sinais visuais e sonoros e os pombos-correios; estes um dos meios que até então proporcionava ligações relativamente rápidas e a longa distância.
Curiosamente encontramos na história das nossas telecomunicações o telégrafo de bolas que foi utilizado pelas tropas luso-britânicas, durante a guerra peninsular (1810/1911).
O sistema instalado nas Linhas de Torres Vedras consistia num conjunto de meios ópticos com estações semafóricas operadas por portugueses e estações telegráficas guarnecidas por ingleses, utilizando o telégrafo de balões e bandeiras.
Os telégrafos de bolas estavam instalados em 5 locais estratégicos: Alhandra, Sobral de Monte Agraço, Nossa Senhora do Socorro, Torres Vedras e Ponta do Rol e, comunicavam entre si, com alguma rapidez, à distância de dez a doze quilómetros.
Este tipo de equipamento, que permitia formar números até 10.000, era constituído por um mastro e uma verga à qual as bolas cor branca e preta com 50 cm de diâmetro, cheias de areia eram suspensas por cordas de cor escura que funcionavam em roldanas subindo ou descendo as bolas fixando-as em duas alturas diferentes; as cinco bolas que ficavam colocadas na linha junto à verga indicavam as unidades de um a cinco a contar da direita para a esquerda; as cinco bolas que ficavam colocadas abaixo dessas, uma linha inferior, indicavam as dezenas de 10 a 50.
A extremidade da verga do lado esquerdo do mastro serviria possivelmente para transmitir códigos especiais.
A extremidade superior do mastro era utilizada para fazer combinações, com uma bola pendurada e com uma bandeira e/ou um galhardete que permitia os números de 100 a 900.
O vocabulário usado nos telégrafos era aquele que se usava na marinha ao qual se acrescentam várias frases ou expressões breves referentes ao serviço em terra.
O código usado era constituído por caracteres numéricos que correspondiam às ditas frases ou expressões breves.
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O 2º. Período podê-lo-emos enquadrar entre 1860 a 1900.
Dá-se o aparecimento da energia eléctrica e o aperfeiçoamento do telégrafo.
Instalam-se os primeiros circuitos filares entre terminais.
Foi HERTZ o primeiro homem a produzir e a estudar as ondas electromagnéticas (séc. XIX) dando o seu nome a uma unidade de frequência (também chamado ciclo); sem os seus estudos não teriam sido possíveis a rádio e a televisão. Neste âmbito, os inventores sucederam-se em muito pouco tempo e não tardaram a surgir outros, como por exemplo: MORSE, que, tendo imaginado a actualização do telégrafo, levou a cabo o seu invento. A primeira demonstração, por meio do código morse, foi feita na Universidade de Nova York, mas o primeiro telegrama, através de cabo submarino, só foi enviado de Washington para Baltimore (45 Km), embora com alguma dificuldade.
M − − O − − − R ∙ − ∙ S ∙ ∙ ∙ E ∙
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O 3º. Período enquadra-se entre 1900 e 1920.
O inventor, MARCONI, utilizava os trabalhos de Hertz e de outros, sobre a propagação das ondas electromagnéticas e consegue a comunicação por telegrafia sem fios (TSF).
O aparecimento da TSF assinala este novo período. Foram estabelecidos os primeiros contactos por rádio entre a Europa e os Estados Unidos. O cabo submarino também faz aqui a sua aparição.
Neste período a velocidade das comunicações é já relativamente elevada.
Registe-se que as comunicações em grafia (morse) duraram quase um século sem grande desvanecimento mas hoje estão a ser ultrapassadas por outros meios de transmissões mais rápidos, mais preciosos e mais autênticos.
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O 4º. Período situa-se entre 1918 e 1945.
Trata-se de um período de enormes tensões mundiais. Precisamente entre o fim da 1ª. Guerra Mundial e o fim da 2ª Guerra Mundial. Neste período deram-se os maiores progressos na história das transmissões e electrónica, se excluirmos os satélites, os sistemas digitais e as transmissões ópticas.
Até 1963 as telecomunicações continuaram a avançar prodigiosamente. Actualmente existem esforços de investigação que se orientam para complementar os processos convencionais já existentes e permitir processos múltiplos num mesmo circuito através da multiplexagem, ou seja: Fonia, teleimpressora, dados, fax, TV, etc.
Tirar partido dos meios de transmissões já existentes e doutros mais aperfeiçoados é o objectivo, tais como “difusão ionosférica”, satélites dispondo de centenas, ou mesmo de milhares de canais de transmissões simultâneas em posição fixa sobre o globo terrestre (órbita geo-estacionária) ou em órbitas móveis.
Muitos são os meios de transmissão mais modernos:
O Bip-Bip que é um sistema de transmissão unidireccional, via rádio, de avisos codificados, que são recebidos por pequenos receptores portáteis e interpretados por critérios concebidos previamente.
A Fibra Óptica que comunica pelo envio de impulsos de luz em pequenas linhas de quartzo, com precisão, rapidez e fidelidade.
A Televisão é o grande meio de comunicação do nosso tempo. Pode explicar-se assim: a formação de uma imagem numa tela correspondente a particulares distribuições de intensidade de luz nas várias partes do ecrã. O movimento da imagem nasce de vibração dessas intensidades no tempo.
O Laser que produz um intenso raio de luz altamente dirigível. Um destes raios é capaz de transmitir chamadas telefónicas ou emissões televisivas dez mil vezes superiores às actuais microndas.
O Satélite artificial é um meio de transmissão que gira no espaço à volta de um corpo celeste que segue uma órbita fixa. Está na crista da onda das comunicações.
Quem não se lembra da reportagem do Centro Espacial de Houston (Texas)? “− Os astronautas já estão verdadeiramente no outro mundo – salientou o informador da NASA, momentos depois da espectacular transmissão directa de TV, da nave espacial Apolo-8 para a Terra. Seguiram-se imagens verdadeiramente sensacionais, do globo terrestre, a uma distância de 334 mil quilómetros).
Manuel Valadas Horta “.
Nota: Este artigo data do ano de 1990! Hoje, o telefone, a rádio a fotografia, a televisão, o radar, o telemóvel, a Internet, etc., deram passos gigantescos que permitem criar e manter entre indivíduos hábitos sociais e a estimular modas e novidades.
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