quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Artigo de Jornal algo pertinente ou talvez não!


O Jornal Correio da Manhã - Quinta-feira, 11-02-2010, na Pág. 15, refere o seguinte:

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"POLÍCIAS - Após rejeição de dois estudos a favor da junção
Presidente da República, Cavaco Silva, efectuou ontem uma visita de trabalho ao Comando-Geral da GNR
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UNIÃO PSP - GNR ainda em análise
Cavaco Silva foi ontem informado sobre os modelos de policiamento que Governo pondera.
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Miguel Curado
A união efectiva entre a PSP e a GNR é um cenário que ainda não está descartado. O Presidente da República, Cavaco Silva, foi ontem informado, durante a visita de trabalho que efectuou ao Comando-Geral da GNR, de que, apesar de não considerar para já essa possibilidade, o Governo analisa ainda as vantagens de uma junção entre as duas forças de segurança. Quando os jornalistas quiseram saber a sua opinião pessoal sobre o actual modelo operacional das forças de segurança (com uma polícia civil - a PSP -, e outra de cariz militar - a GNR -, ambas tuteladas pelo Ministério da Administração Interna), o presidente evitou dar uma resposta directa.
No entanto, Cavaco Silva revelou que o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, o informou durante a visita ao Comando-Geral da GNR de que está a ser feita uma avaliação «do actual modelo de funcionamento da GNR e das forças de segurança».
Depois de ter recusado os estudos da consultora Accenture e do universitário Nuno Severiano Teixeira, que recomendavam uma junção efectiva da PSP e GNR, o Governo pondera ainda as «vantagens e desvantagens da multiplicação de funções causada pela existência de duas polícias a patrulhar e investigar». «O Presidente da República foi informado destas análises operacionais», disse fonte ligada ao processo (Presidente da República não opina sobre modelo que prefere)".
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Entrevista:
"UMA POLÍCIA ÚNICA RESOLVE PROBLEMAS
Francisco Oliveira Pereira, Director Nacional da PSP, diz que a eventual unificação com GNR e PJ, dando origem a um corpo de polícia com vertentes de investigação e patrulhamento, é «questão política» mas, «provavelmente», a solução para travar dispersão de meios e dar melhores condições de vida aos polícias"
(Jornal Correio da Manhã, 16.04.2010).

A propósito
No dia 05 de Março de 2008, publiquei um post com o título:
Sabia que!
No ano de 1975, no denominado "Verão quente de 75", um ano após a Revolução do 25 de Abril, o General José da Silva Pinto Ferreira, ao tempo Comandante-Geral da PSP e da GNR, no discurso (Saudação) da sua tomada de posse disse o seguinte:
"Ao assumir o Comando da Polícia de Segurança Pública saúdo todos os oficiais, comissários e agentes, funcionários civis e restante pessoal, desejando deste modo transmitir quanto me honra o Comando de tão prestigiosa Corporação, a todos manifestando o meu total empenho em contribuir para o seu maior prestígio, esperando a geral e necessária colaboração para a construção da Força de Segurança que há-de resultar da fusão com a Guarda Nacional Republicana e que tem de ser o garante da protecção e defesa do Povo deste País".

Projectava-se, nessa altura, criar uma nova força que nasceria da fusão da GNR com a PSP.
Por determinação superior, através do Comando Distrital de Setúbal, foi então decidido de comum acordo entre as duas Instituições (PSP e GNR) ao seu mais alto nível, que a Esquadra do Montijo e os Postos da GNR de Montijo e Alcochete, serviriam de projecto-piloto a uma dessas experiências em dois jogos de futebol do Clube Desportivo do Montijo para o então Campeonato Nacional, operações de policiamento levadas a efeito pelo Subchefe-Ajudante Valadas Horta, ao tempo a comandar interinamente a Esquadra do Montijo.
A operação de policiamento decorreu com toda a normalidade. Os efectivos das duas Corporações respeitaram-se mutuamente.

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...Recorreu-se também a uma campanha onde se explicava que se estavam a tomar medidas com o intuito de tornar a PSP uma polícia cívica As suas ideias base eram as seguintes:
  • Substituição de todos os Comandos Distritais e Chefes de Serviço, por militares integrados no espírito do 25 de Abril;
  • Difusão de directivas sobre a intensiva mentalização dos agentes quanto aos novos processos de actuação e necessidade de esclarecimento político;
  • Palestras realizadas em todos os Comandos sobre esclarecimento político;
  • Intensiva campanha de mentalização dos agentes quanto aos novos processos de actuação exigidos.
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Na página 4 da Revista Polícia Portuguesa, nº. 6 - II série, Nov/Dez de 1980, o Director da Revista, Coronel (mais tarde Superintendente) António dos Anjos Martins, refere o seguinte:
"A Revista Polícia Portuguesa, tem novo director.
Ao ser investido na função e Chefe do Estado-Maior da Polícia de Segurança Pública, assumi, por inerência do cargo, a responsabilidade de director desta Revista.
Quando em 1975 face a uma hipotética fusão da PSP e GNR, se suspendeu a sua publicação, foi com profundo pesar que vivemos esse interregno. Posta de parte tão irrealista hipótese, bem depressa se desenvolveram esforços em ordem a retomar a sua publicação.........".

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O post antes referido mereceu um comentário do NOCA (Senhor António Nobre de Campos, Oficial da GNR, na situação de aposentação) que trancrevo:
NOCA disse...
"Parabéns ValHor, por teres tocado num dos pontos mais sensíveis da história das polícias portuguesas. Foi um período romântico e de sonho esse de 1975.
Quem ousaria tentar resolver o problema da quadratura do círculo?
Só um romântico como o Pinto Ferreira, (Pinto Peneiras, como jucosa e depreciativamente os seus adversários lhe chamavam).
O problema deste país é que o povo é demasiado "grande" para um território tão pequeno: a nossa dimensão é o Império e estamos, hoje ainda, com dificuldade em nos adaptarmos à nossa dimensão real.
.................................................. Mas detenhamo-nos nas polícias: para um país tão pequeno, para que queremos duas grandes instituições policiais com os mesmos objectivos, como a PSP e a GNR? Para se vigiarem mutuamente, dividindo para reinar? Com a nova realidade europeia, não parece que tal seja necessário ou oportuno, como no tempo da "outra senhora".
O tempo não anda para trás e o tempo das castas tem de acabar, embora haja estertores difíceis de extinguir.
Vamos em frente que atrás vem gente!".
15 de Março de 2008 9:25
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NOCA disse...
"Ao romantismo de 1975 há que opor, agora, o realismo pragmático de uma racionalização do uso dos meios, que mais não seja, para poupar alguns euros aos cofres do Estado.
Mas, além disso, as novas realidades sociais, a ocupação do território pelas populações, em aglomerados urbanos cada vez mais concentrados, exigem novas formas de policiamento de proximidade e civismo para as quais um corpo especificamente militar, não parece o mais adequado: isto sem desmerecer os valiosíssimos préstimos da GNR, a que me orgulho de ter servido o melhor que pude e sabia.
Penso, no entanto que é tempo de reformular as duas instituições e dar-lhes formas de actuação e meios para cumprimento das missões, cada vez mais adaptadas às novas realidades.
Espero que os centros decisores saibam fazê-lo, seguindo mais certos e seguros!"
16 de Fevereiro de 2010 14:23
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1 comentário:

NOCA disse...

Ao romantismo de 1975 há que opor, agora, o relismo pragmático de uma racionalização do uso dos meios, que mais não seja, para poupar alguns euros aos cofres do Estado.
Mas, além disso, as novas realidades sociais, a ocupação do território pelas populações, em aglomerados urbanos cada vez mais concentrados, exigem novas formas de policiamento de proximidade e civismo para as quais um corpo especificamente militar, não parece o mais adquado: isto sem desmerecer os valiosíssimos préstimos da GNR, a que me orgulho de ter servido o melhor que pude e sabia.
Penso, no entanto que é tempo de reformular as duas instituições e dar-lhes formas de actuação e meios para cumprimento das missões, cada vez mais adaptadas às novas realidades.
Espero que os centros decisores saibam fazê-lo, seguindo os caminhos mais certos e seguros!