segunda-feira, 25 de maio de 2009

Filatelia (Curiosidades)

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Como foi inventado o selo

(Revista Polícia Portuguesa, Nº.60 - II Série - Nov/Dez - 1989)

Antes da criação do selo de correio, o porte das cartas era normalmente pago pelo destinatário sendo a respectiva importância a pagar escrita à mão ou aposta por meio de carimbo.

Entre 1794 e 1861, um administrador inglês chamado ROWLAND HILL, quando desempenhava as funções de secretário do Correio Geral de Londres, em viagem de inspecção a uma pequena zona da Irlanda, sentiu a necessidade de descansar e de se restaurar.
Entrou no único restaurante do lugar, que não devia receber muitos clientes, e teve tempo de meter conversa com a rapariga do restaurante, jovem e bonita.
Se SIR ROWLAND HILL teve intenção de lhe fazer a corte, depressa se teria desiludido. Ao fim de cinco minutos, tinha conhecimento que a jovem estava noiva e muito apaixonada pelo seu prometido, o qual trabalhava em Londres havia dois anos.
Naquele tempo uma tal viagem era difícil e talvez mais dispendiosa do que ir agora a um país da Ásia ou da Austrália e, por isso, o viajante admirou-se da constância amorosa dos dois noivos. Mas a menina respondeu-lhe que havia cartas semanais para manter o contacto entre ambos.
Ora o correio desse tempo custava caro, muito caro mesmo; o correio fazia pagar a factura ao destinatário conforme era a distância percorrida pela missiva. Daí, um novo espanto do secretário. Como podiam aqueles pobres amorosos dar-se ao luxo de uma correspondência seguida?
A jovem revelou então que o seu patrício bem amado tinha inventado um meio de se corresponderem que nada custava. Usando sinais dispostos de certa maneira e combinados de antemão, não era preciso mais do que ver a morada das cartas para lhes adivinhar o conteúdo... e remeter a carta recusada ao carteiro.
SIR ROWLAND ficou deveras pasmado com esta fraude que, sem dúvida reproduzida em grande escala, privava a coroa de entradas regulares.
Assim, ao fim de algum tempo, acabou por inventar... o selo, bem entendido.

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Em Portugal, a reforma postal deu-se em 1852 e o uso dos selos postais adesivos, vieram a ser emitidos em 1853 com a efígie de D. Maria II.
Considerando que a emissão de selos de correio é uma forma de enriquecimento cultural, onde divulganos a todo o Mundo o nosso património artístico e cultural alusiva a comemorações de grandes acontecimentos nacionais e internacionais de especial significado para o nosso País e para a comunidade internacional de que fazemos parte, os nossos selos são os grandes embaixadores da arte, da ciência e da história de Portugal.
No número anterior da Revista Polícia Portuguesa, o Senhor Dr. José Carlos Fernandes apela aos CTT para emissão de uma série de selos alusiva à nossa Instituição que há mais de um século vela pela segurança das pessoas e bens.
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Autor: Manuel Valadas Horta, Subintendente (Ap.)
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Dr. Carlos Fernandes
Na Revista: POLÍCIA PORTUGUESA, Nº. 60-II Série - Novembro/Dezembro de 1989
"Desde que iniciei a minha colaboração nas páginas desta revista manifestei o desejo que os interessados no coleccionismo filatélico utilizassem este espaço com os seus artigos. Coube ao Sr. Comissário Horta dar o pontapé de saída com um artigo interessante acerca da História do Selo Postal.
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Realizou-se no passado dia 15 de Novembro no Palácio Foz um Salão de Filatelia Comemorativo do Centenário do Nascimento de S. M. El-Rei D. Manuel II. A Comissão Organizadora constituída pelo autor destas linhas e pelo Dr. Eurico Carlos Lage Cardoso e pelo Sr. Manuel Pedro Dias, credenciados filatelistas com muitos anos de provas dadas. O certame foi inaugurado pelas 15 horas por S.A.R. D. Duarte João, Duque de Bragança e familiar do homenageado. Após as boas-vindas dadas pelo Sub-Director Geral da Comunicação Social, eu próprio proferi algumas palavras acerca dos motivos que nos levaram a realizar o referido certame. Finalmente S.A.R. agradeceu o convite que lhe foi dirigido pela Comissão Organizadora para inaugurar o Salão e salientou o papel didáctico e pedagógico da Filatelia. Em seguida a Drª. Maria Germana Tânger declamou poemas da poetisa Branca de Gonta Colaço onde se enaltecia a figura do Rei Homenageado. S.A.R. visitou demoradamente o Salão escutando interessado as explicações que os expositores lhe davam. S.E. O Cardeal Pariarca de Lisboa fez-se representar por Mons. Cónego D. João de Castro. Da comissão de Honra faziam parte as seguintes individualidades: Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Presidente do Governo Regional dos Açores, Secretário Regional da Agricultura e Pescas do GovernoRegional da Madeira, Secretária de Estado da Cultura, Embaixador da África do Sul, Marquês de Monfalim, Dr. Augusto de Ataide, Sr. António Fundão Duarte. A Comissão editou sobrescrito comemorativo e no local da exposição funcionou um posto de correio que obliterou a correspondência apresentada com um carimbo comemorativo representando o monarca em traje real. Aos convidados foi servido um Porto de Honra".
Assitiram à inauguração do certame, como convidados, Os Subintendentes Manuel dos Reis, Manuel Valadas Horta e António Cairrão Marques.
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Entregador de Correspondência
"O primeiro entregador de correspondência que o Brasil conheceu, data do séc. XVI e tinha o nome de TROPEIRO, e utilizado como meio de transporte terrestre, o burro. Além dos Tropeiros, qualquer viajante, marinheiro, almocreve ou comerciante que embarcasse em lancha, canoa ou sumaca, transportava também, por favor, correspondência.
A par do Tropeiro, existiu também um segundo tipo de transportador de correspondência, nos primeiros tempos da colonização - os 'PRÓPRIOS ou POSITIVOS' - e que eram empregados das grandes fazendas e engenhos.
Por fim, um terceiro tipo de mensageiro existiu, o mais comum e duradouro: o negro escravo, mensageiro gratuito, eficiente, dócil, quase sempre fiel e confidente de namoros inocentes e romances proibidos. O seu 'uniforme' consistia numa calça justa cobrindo até aos joelhos, uma jaqueta e um grande chapéu tricórnio, trapos herdados de seu amo e senhor. Estes escravos-carteiros podiam cobrir setecentas milhas de terreno acidentado em 12 dias.
Estes entregadores de correspondência continuaram a persistir e a sobreviver, como de tempos primitivos se tratassem, apesar de Portugal ter designado para o Brasil o primeiro Correio-Mor, sediado na Bahia (6 de Junho de 1663) - Bartolomeu Fragoso do Amaral - e um outro, sediado no Rio de Janeiro - o alferes João Cavalheiro Cardoso.
A denominação "carteiro" foi usada pela primeira vez oficialmente no Dec.-Lei 255 de 29 de Novembro de 1842, instrumento legal que detalhava seus deveres, previa punição para os relapsos, sem esquecer, porém, de prever a perda do direito ao serviço de entrega postal a toda a pessoa que maltratasse o seu carteiro.
A partir de 1931, quando os serviços de correios se fundiram com os serviços telegráficos sob a direcção de uma única estrutura administrativa - D.C.T. - uma nova classe de portadores de correspondência foi acrescentada à dos carteiros: os mensageiros encarregados da entrega de Telegramas.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos substitui a D.C.T. em 1969 redimindo a classe dos carteiros e mensageiros, dando-lhes melhores salários, treino eficiente e uniformes mais adequados à sua função e meio ambiente".
Alves Martins - Major
Da Revista: POLÍCIA PORTUGUESA - Nº.33 - II Série-Maio/Junho-1985
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