terça-feira, 28 de outubro de 2008

Efemérides

Faz hoje (28/10/2008) 2 anos que faleceu o "Inspector" Varatojo

O Dr. Artur Varatojo nasceu em Lisboa, na freguesia de Santa Catarina em 21 de Agosto de 1926 e faleceu no dia 28-10-2006.
Licenciado em direito, exerceu a profissão de advogado e foi um profundo estudioso de criminologia e de assuntos de técnica policial. Nesta qualidade se tornou conhecido do grande público através de uma actividade de publicista e de colaborador dos vários órgãos de comunicação social.

A figura do Dr. Artur Varatojo como especialista de ciminologia e assuntos policiais ganhou mais popularidade ainda com os programas que apresentou na televisão e de que o público guarda tão gratas recordações. O ABC Policial marcou a sua estreia como autor e muitas são as suas obras. De destacar o programa Porta Aberta e a insquecível Selecção Policial.
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Na qualidade de Oficial de Dia ao Comando-Geral da PSP (hoje Direcção Nacional), tive o grato prazer de almoçar, por duas vezes, com o "Inspector" Varatojo na messe de Oficiais da PSP e na mesa reservada ao Comandante-Geral da Instituição.

Chegou a ser abordada a hipótese do "Inspector" apresentar um programa policial na televisão que teria sido de reconhecido interesse para o público e para a própria Instituição Policial (PSP), considerado de "janela aberta" para o exterior (O programa seria em tudo idêntico àqueles que o actor Jean Gabin, também já falecido, fazia passar na Televisão Francesa. Foi a imagem perfeita para muitos filmes de mistério e policiais, nos quais interpretava tanto papeis de gangster como de policial, dando vida, por exemplo, ao Commissaire Maigret em filmes baseados nos romances de Georges Simenon). Todavia por indecisões das Chefias de Estado-Maior, tal iniciativa acabou por não se realizar com muita mágoa para os profissionais de polícia de então.
Contudo, durante muitos e muitos anos, o "Inspector" Varatojo, deixou a sua marca no "GINÁSIO MENTAL - Secção a cargo de A. Varatojo, da Revista Bimestral POLÍCIA PORTUGUESA, Órgão de Informação e Cultura da PSP".

Uma das suas crónicas bimestrais encontra-se aqui publicada (inserta na Revista Polícia Portuguesa, nº. 75 - Maio/Junho de 1992), com o título: "Como se mata... e como se morre".

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Um dia o "Inspector" Varatojo disse:

"..........Como sabe a minha paixão é o cérebro do criminoso. O meu objectivo encontrar as múltiplas causas que levam o crime a ser cometido de forma a podermos trabalhar na sua prevenção. Se partilha este fascínio pela criminologia PARTICIPE!".

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No Comentário a este post, NOCA disse:

"Muito feliz a tua ideia de homenagear/recordar essa figura incontornável do último século XX. Grande comunicador e esclarecido teórico da criminologia, enriqueceu a bibliografia portuguesa com obras de incomensurável valor específico.

A crónica que transcreves é disso exemplo, revelando a pesquisa histórica que o autor fez, divagando no tempo até aos primeiros autores que se atreveram a discorrer sobre tema tão controverso.

As primeiras abordagens são sempre imperfeitas e defeituosas, naturalmente, mas elas contribuíram para o futuro aclaramento das ideias: se compararmos as posições analíticas dos filósofos gregos com a realidade actual da ciência, encontraremos divergências insanáveis, mas isso não permite que os estudiosos actuais não se debrucem sobre aqueles coceitos primevos. De tal modo que as partículas julgadas indivisíveis da matéria, se chamou átomos, nos tempos modernos tal como Heráclito chamara aos que considerava, na altura serem os elementos indivisíveis da mesma realidade que observava.

Por isso a referência do "Inspector" a Lombroso e suas teorias é muito oportuna e fundamental".
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Comentário
NOCA disse...
"Muito feliz a tua ideia de homenagear/recordar essa figura incontornável do último quartel do século XX. Grande comunicador e esclarecido teórico da criminologia, enriqueceu a bibliografia portuguesa com obras de incomensurável valor específico.
A crónica que transcreves é disso exemplo, revelando a pesquisa histórica que o autor fez, divagando no tempo até aos primeiros autores que se atreveram a discorrer sobre tema tão controverso.
As primeiras abordagens são sempre imperfeitas e defeituosas, naturalmente, mas elas contribuíram para o futuro aclaramento das ideias: se compararmos as posições analíticas dos filósofos gregos com a realidade actual da ciência, encontraremos divergências insanáveis, mas isso não permite que os estudiosos actuais não se debrucem sobre aqueles conceitos primevos. De tal modo que às partículas julgadas indivisíeis da matéria, se chamou atomos, nos tempos modernos tal como Heráclito chamara aos que considerava, na altura serem os elementos indivisíveis da mesma realidade que observava. Por isso a referência do "Inspector" a Lombroso e suas teorias é muito oportuna e fundamental".
28 de Outubro de 2008 17:58
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Comentário
André disse...
"Sou jovem mas ainda me lembro de ter visto o Inspector Varatojo na Televisão.
Era uma pessoa que cativava e que gozava do favor do público.
Ao navegar no seu blog deparei com a figura bem conhecida do Dr. Varatojo, o que me levou a ler as suas crónicas, e, sinceramente, gostei.
Para quem pretenda licenciar-se em direito terá muito a ganhar se pesquisar atentamente nas suas obras que são vastas.
Parabéns a si por ter tido a ideia de relembrar esse estudioso da criminologia e de técnicas policiais."
26 de Junho de 2009 8:08
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2 comentários:

NOCA disse...

Muito feliz a tua ideia de homenagear/recordar essa figura incontornável do último quartel do século XX. Grande comunicador e esclarecido teórico da criminologia, enriqueceu a bibliografia portuguesa com obras de incomensurável valor específico.
A crónica que transcreves é disso exemplo, revelando a pesquisa histórica que o autor fez, divagando no tempo até aos primeiros autores que se atreveram a discorrer sobre tema tão controverso.
As primeiras abordagens são sempre imperfeitas e defeituosas, naturalmente, mas elas contribuiram para o futuro aclaramento das ideias: se compararmos as posições analíticas dos filósofos gregos com a realidade actual da ciência, encontraremos divergências insanáveis, mas isso não permite que os estudiosos actuais não se debrucem sobre aqueles conceitos primevos. De tal modo que às partículas julgadas indivisíveis da matéria, se chamou atomos, nos tempos modernos tal como Heráclito chamara aos que considerava, na altura serem os elementos indivisíveis da mesma realidade que observava.
Por isso a referência do "Inspector" a Lombroso e suas teorias é muito oportuna e fundamental.

André disse...

Sou jovem mais ainda me lembro de ter visto o Inspector Varatojo na Televisão.
Era uma pessoa que cativava e que gozava do favor do público.
Ao navegar no seu blog deparei com a figura bem conhecida do Dr. Varatojo, o que me levou a ler as suas crónicas, e, sinceramente, gostei.
Para quem pretenda licenciar-se em direito terá muito a ganhar se pesquisar atentamente nas suas obras que são vastas.
Parabéns a si por ter tido a ideia de relembrar esse estudioso da criminologia e de técnincas policias.