sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O Camião / PSP

Na foto antes referida, o Camião Exposição encontra-se estacionado junto do Mosteiro dos Jerónimos.
O Camião exposição da Polícia de Segurança Pública, devidamente equipado e guarnecido, apresenta em público, nomeadamente nas feiras das grandes cidades do País, os meios de toda a actividade da Polícia, passando pelas peças de fardamento dos agentes, das viaturas, das telecomunicações, etc. Do ponto de vista prático, este tipo de exposição, ajuda o público a melhor compreender o difícil trabalho que a Polícia desenvolve.

Na década de “80”, o Carro Exposição marcou presença, várias vezes, na Feira de Santiago de Setúbal. A Revista Polícia Portuguesa de Jul/Ago 1982, refere: “…a exposição despertou a curiosidade dos milhares de forasteiros e citadinos, que diariamente o visitaram.
Com um cariz acolhedor e simpático, abrilhantou o Pavilhão Exposição – Setúbal onde as agentes femininas recepcionistas, tinham para distribuição aos visitantes uma diversificação de brindes: isqueiros com marcação, porta-chaves, esferográficas, caixas de fósforos, marcadores de livros para crianças e adultos, folhetos, etc., etc.”.
Nota: Na minha colecção também tenho o “Camião Exposição em folhas de papel/apontamentos – secretária)

Camião Exposição


O meu último boné


O Boné

Ao longo dos meus 35 anos de serviço activo na Instituição, utilizei vários modelos de boné. Porém, apenas consegui guardar o último. Os outros que até então usei “gastaram-se”.
Quanto a distintivos policiais (escudo, divisas, galões e estrelas) consegui guardá-los. São os distintivos que se encontram expostos no Crachá de Madeira existente na margem esquerda do Blog.

Prato - Brasão (Viana do Castelo)


Prato - Comando Geral


Caneca


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Azulejo


O Azulejo

No Egipto encontram-se azulejos de há cinco mil anos; eram fabricados pelos Assírios na Babilónia e, posteriormente, pelos Persas por volta do ano 521 a. C.
Estou a falar do passado, como é evidente; isto para referir que, a conservação correcta das recordações depende do cuidado, ordem, intenção e interesse com que foram recebidas e/ou arquivadas.
Com este matizado, e, como recordar é viver, penso que, ao olhar para uma peça de estimação ou até ao folhear um dossier, recordo com nitidez as imagens, os episódios, as histórias e as memórias pela vida fora.
A seguir: Fotos de um azulejo, de uma caneca e de pratos, alusivas à Instituição/PSP. Outras se lhes seguirão.

No seu pedestal!...






















NOCA disse...

"Boa composição!
Não sei qual mais admirar se o sinaleiro ou o tráfego"

28 de Fevereiro de 2008 0938

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O Sinaleiro

Penso que os polícias sinaleiros são dos mais prestantes agentes do trânsito.
Tem mais importância do que à primeira vista parece a actuação dum destes chefes da orquestra urbana. Da sua correcção e bom proceder depende mais do que o prestígio duma corporação: eles assinalam o grau de civilização da cidade. E dão, até, personalidade e espírito à vida pública dum aglomerado citadino.
Os sinaleiros conhecidos, os do bairro, da esquina, da rua onde vocês passam todos os dias, da praça que cruzam todas as manhãs, deixam de ser fardas anónimas para serem caras conhecidas, pessoas de família.

LEITÃO DE BARROS
Do livro:
VOZ DA TERRA – Língua Portuguesa – Ciclo Preparatório do Ensino Secundário (Pág.58 e 59)
Maria Elisa Semedo – Maria Helena Lima – Maria José Valente

Ideação

























NOCA disse...

"Posição certa e gesto suave, uma maravilha"

29de Fevereiro de 2008 09:42

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Toca a parar! Toca a parar!

Luvas brancas, largos gestos
E grandes exaltações.
Dá passagem aos veículos,
Manda parar os peões.

Mãos para acolá,
Mãos para ali,
Toca a passar
Pi… pi… ri… pi…

Capacete desabado,
Um apito muito agudo,
Carrega a cara de mau
E pronto… está tudo mudo!

Mãos para acolá,
Mãos para ali,
Toca a passar
Pi… pi… ri… pi…

Aluno da Escola: EUGÉNIO DOS SANTOS

Sinaleiro (Na Peanha)


Sinaleiro























O Polícia Sinaleiro

Caros Internautas
Lembram-se dele?
Pois é mesmo dele que vou falar

Entre as tradições da nossa «Lisboa» conta-se a figura do sinaleiro da PSP, primeiro apeado e depois no seu característico pedestal ou peanha, alvo tantas vezes atingido pela objectiva das câmaras fotográficas – e não só…
Foi em 1927 que o Comandante da Secção de Trânsito da PSP de Lisboa instituiu o sinaleiro «cabeça de giz» como então era conhecido, equipado com capacete, luvas e «cassetete» brancos, usando ainda a braçadeira vermelha com T que mais tarde passou a ser o distintivo das brigadas de trânsito.
Algum tempo depois, os sinaleiros passaram a usar também punhos, cinturão e talabarte brancos.
Os efectivos destes verdadeiros auxiliares do trânsito, tão prestimosos como queridos da população citadina, chegaram a atingir, em Lisboa, o número de 270, disseminados pelas principais intercepções da cidade. Com a implantação dos semáforos, esse efectivo diminuiu, e em 1974 contavam-se somente 72 sinaleiros.
Mais que quaisquer outros elementos dos vários ramos da instituição policial, o sinaleiro teve a sua história: história duma missão árdua e ingrata, por vezes, mas ao mesmo tempo garbosa, prazenteira e até hilariante!
O sinaleiro era pois a figura do agente do trânsito, o herói de tantos sacrifícios, ao sol e à chuva, implacavelmente preso ao seu pedestal ou de pés colados ao asfalto quente do pavimento. O sinaleiro era a atracção do turista, era a curiosidade da criança que passava, era para o camponês que ia à cidade, a figura senhorial que mandava e a quem tudo obedecia. O sinaleiro era o símbolo da polícia citadina.

Já dizia o poeta:
Dança o tango o argentino
Dança o samba o brasileiro
Dança de luvas sozinho
O polícia sinaleiro

Às vezes acontecia: Quantos condutores, fiéis ao culto de Baco, embalados pela velocidade vertiginosa, nem sequer viam a peanha quanto mais o sinaleiro!...

O semáforo acabou por substituir definitivamente o nosso sinaleiro.

Pois é! Pois é! E quando há um corte de energia que afecta a sinalização semafórica como, por exemplo, aquele que, devido a um forte temporal, ocorreu em Lisboa, no dia 18-02-2008? Os semáforos deixaram de funcionar! Seria realmente o “caos” no trânsito de Lisboa se a Divisão de Trânsito da PSP não estivesse atenta a esta inopinada situação e não tivesse colocado de imediato 70 agentes nos cruzamentos das principais artérias da capital.
Afinal! Quem sabe não esquece!

Patrono da PSP

O dia 29 de Setembro, dia litúrgico de São Miguel Arcanjo, é considerado festivo para toda a Instituição da Polícia de Segurança Pública.
«Sua Santidade o Papa Paulo VI, atendendo à devoção tradicional do povo português, a pedido das entidades superiores e da Assembleia dos Bispos, pelo breve apostólico (Quod Sacrae Litterae) de 23 de Abril de 1976, constitui e proclama São Miguel Arcanjo como patrono principal, junto de Deus, dos agentes de segurança de toda a nação portuguesa».
Este documento, em pergaminho, da Constituição e Proclamação de São Miguel Arcanjo como Patrono Principal da PSP, encontra-se na posse da Direcção Nacional.

São Miguel Arcanjo


























S. Miguel Arcanjo, Patrono Princial, da P.S.P.

"A Corporação da Polícia de Seguramça Pública celebra todos os anos o Dia Litúrgico 29 de Setembro, do seu Patrono Principal S. Miguel Arcanjo.
Em todos os Comandos Distritais é lembrado este dia com maior ou menor solenidade.
O Comando-Geral, como já é tradição, mandou celebrar a Santa Missa na Igreja da Penha de França com a assistência dos Srs. Comandantes, representações dos CD de Lisboa, Escola Prática da Polícia, CI, GOE e de todos os que Policiais ou pessoal civil voluntariamente querem homenagear e invocar o seu Padroeiro.
Este ano a Missa celebrada pelo Capelão-Chefe e participada por todos, foi solenizada pelo Grupo Coral da Igreja do Coração de Jesus que costuma actuar na R.T.P. na Missa Dominical.
A Imagem de S. Miguel, ornamentada com flores, num pequeno trono ao lado do altar, lembrava a todos como o Anjo da Paz, o Anjo de Portugal, o Anjo Protector deve ser especialmente invocado por aqueles que têm como missão contribuir para a ordem, tranquilidade e paz nesta sociedade tão deteriorada em que presentemente estamos a viver. Seria bem que muitos se convencessem como se tornaria difícil, para não dizer impossível, viver com relativa paz sem a presença, tantas vezes mal compreendida, duma polícia bem preparada e atenta, pronta a prevenir e contrariar os desmandos de muitos que fazem da lei tábua rasa invadindo os direitos e os bens dos outros. Em democracia que não se perca o sentido do respeito e da autoridade.
Se é certo que cristãmente todos somos irmãos, também é verdade que somos diferentes uns dos outros, e até nos distinguimos na medida em que nos esforçamos, ou não, por dominar a "guerrilha" que actua dentro de cada um de nós - entre o bem e o mal, a verdade e o erro, "o sim e o não", como dizia Plínio Salgado.
O Santo Padre Paulo VI, no BREVE APOSTÓLICO, "QUOD SACRAE LITTERAE" e em que constitue S. Miguel Arcanjo, Parono Principal da PSP portuguesa, fundamenta a sua proclamação na tradição da Igreja "EM DESIGNAR PATRONOS CELESTIAIS PERANTE DEUS QUE AJUDEM COM A SUA PODEROSA INTERCESSÃO E FAÇAM PROSPERAR NA TERRA OS MÚLTIPLOS EMPREENDIMENTOS OU OBRAS DOS HOMENS". E não será grande empreendimento contribuir para a ordem e tranquilidade entre os homens?
Pode dizer-se, e é quase lugar comum, que na paz e com a paz prosperam os povos. Paz sem grandes cartazes, slogans e passeatas que até podem encobrir desígnios diferentes; paz fundamentada no respeito, compreensão e amor pelos outros que, mesmo não sendo iguais, são todos irmãos.
Foi esta doutrina que Cristo, verdadeiro Príncipe da paz, há quase dois mil anos ensinou aos homens e que eles tão facilmente esquecem.
Que S. Miguel Arcanjo esteja, principalmente nos momentos difíceis, com todos os que têm como Patrono e humildemente sabem invocar".
Mons. Antero de Sousa
Publicado na Revista Polícia Portuguesa nº. 23-II Série-Setembro/Outubro de 1983

Padroeiro

Todas as Instituições têm o seu padroeiro ou padroeira, em obediência a um costume ancestral que se prende sobretudo com a necessidade de protecção. Hoje em dia, são os santos, as santas ou os santos doutores da Igreja que imperam, o que passou a ser natural desde os fins da Alta Idade Média, mas antes, no decurso da Antiguidade Clássica, dominavam as musas e os deuses, paulatinamente substituídos no imaginário dos homens, após o triunfo do cristianismo sobre o paganismo.
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O Auto da Ave Maria encena a construção de um Castelo da Salvação, símbolo da virtude da fortaleza, advinda da oração a Nossa Senhora. Um Diabo lamenta a sua expulsão da corte celestial e expressa a sua ira contra o Homem que o substitui no lugar afectivo de Deus. O Cavaleiro (que simboliza o Homem) abandona a construção do Castelo ao ser seduzido pela Sensualidade que derruba a sua companheira Razão e transforma-se num malfeitor sem escrúpulos. No entanto, conservou ainda um resto de devoção por Nossa Senhora e ao recomeçar a rezar uma Ave Maria surgem os Arcanjos São Miguel, São Rafael, São Gabriel, que vencem o Diabo e entregam a Razão por esposa ao Cavaleiro, numa celebração da vitória do Bem sobre o Mal que abre o caminho para a Salvação. É possível que este auto tenha sido representado a pedido de alguma Confraria do Rosário, de inspiração dominicana, devota da Virgem Maria, que promovia o uso constante da oração Ave Maria para o fortalecimento espiritual.
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Retratos do Quotidiano - Séc. XVI - Teatro de António Prestes - Revista Clube do Coleccionador, Jul2008.

Porta-Chaves/Crachás















NOCA disse...

"Para os crachás eu diria o mesmo que te disse relativamente às medalhas: cada um merece ser individualizado e tratado em pormenor relativamente à sua representação e simbologia.
São elementos muito ricos e valiosos no aspecto da simbologia para serem tratados em conjunto, o que os deixa um pouco obscurecidos.
Bom trabalho!!! Parabéns mais uma vez
NOCA"

28 de Fevereiro de 2008 11:23

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Carteira de Caixas de Fósforos


Vocabulário Heráldico

Burela – Desdobramento da faixa, em número superior a quatro.
Chefe – É a parte superior do escudo, que também se chama alto do escudo. Igualmente se designa por chefe a peça honrosa que se situa no mesmo lugar, tendo de largura uma terça parte da altura do escudo, a qual se firma nos flancos e no bordo superior. Pode, neste caso, ser de largura diversa.
Contra-chefe – Pela posição oposta ao chefe se denomina contra-chefe a parte inferior do escudo. A peça, que tem de largura máxima um terço da altura do escudo e se firma nos flancos e no bordo inferior, também se designa contra-chefe ou campanha. Pode ter menor largura, denominando-se campanha diminuta ou contra-chefe diminuto.
Coronel – Designação que se dá às coroas dos títulos, a começar no de duque até ao de barão.
Escudo – Peça em que assentam todas as que formam quaisquer armas, sejam de família, de corporação ou de domínio.
Falcão – Ave de rapina. Emprega-se também como elemento falante. Representa-se de perfil, normalmente com as asas levantadas.
Ondado – O ondado é feito por curvas alternadas, côncavas ou convexas, em número de cinco, sendo três de umas e duas de outras.
Ouro – Este metal representa-se no desenho por ponteado miúdo e na pintura, se não houver tinta própria, pelo amarelo.
Veado – Representa-se sempre de perfil.

Descrição Heráldica

Do Comando Metropolitano de Lisboa:

Escudo – De ouro, com um cavalo brincão e empinado, de negro; contra-chefe ondada de azul com duas burelas ondadas de prata.
Coronel – Representativo da Polícia de ouro.
Divisa – Num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras do estilo elzevir, maiúsculas, de negro: «RES, NON VERBA».
Simbologia
O cavalo – A origem do vocábulo, de raiz grega, proveniente de Elasippo, significando condutor de cavalos, forma inicial de Olisipo, que teve origem nos afamados cavalos criados nos campos circunvizinhos do povoado, que viria depois a ser a cidade de Lisboa.
O Burelado – Significa a proximidade do Rio Tejo, que corre aos pés de Lisboa.
O ouro – Significa a fé e a firmeza no cumprimento da missão.
A prata – Representa a esperança e a paz, que se pretende reine no seio das populações em benefício de quem actua.
O Azul – Significa a justiça e a lealdade na actuação de todos os seus elementos.
O Negro – Significa a constância nas adversidades, o senso e a cortesia.
O Coronel – É representativo da Polícia de Segurança Pública, constituído por um arco liso com virolas nos bordos superior e inferior, encimado por quatro estrelas de seis pontas, das quais três são aparentes. O intervalo entre cada duas estrelas consecutivas é preenchido por um falcão estendido.
A Divisa – «RES, NON VERBA» significando «OBRAS, NÃO PALAVRAS» resume a acção necessária para se atingirem os objectivos que norteiam a acção policial.

Brasão do COMETLIS


Heráldica

A importância da heráldica nos estudos históricos, quer políticos, quer sociais, é manifesta. Envolve-a no seu simbolismo próprio e assim, geralmente, um escudo de armas é uma página da vida histórica de um país, (exemplo: o sinal rodado de D. Afonso Henriques, aposto em documento de 1183) de uma instituição, de uma família, etc.

Guiões Actuais


Guiões Antigos


Guiões e Isqueiros

Tenho na minha colecção os guiões (miniaturas) de todas as unidades da PSP e tenho também isqueiros de todos os Comandos de Polícia e ainda de algumas Subunidades e Serviços.
Alusivas à PSP, tenho mais algumas peças de colecção, tais como: azulejos, canecas, pratos, chávenas, porta-chaves, salva, cinzeiros, etc.
Há dias, um colega de profissão, perguntou-me: ─ Afinal como é que conseguiste reunir todas estas peças? Respondi-lhe: ─ Não foi assim tão fácil; comprei quase todas as medalhas e ainda uma ou outra peça, todavia algumas delas não estavam expostas para venda ao público e foram-me oferecidas. Perguntar-me-ás como? ─ Nas minhas deslocações que fazia aos Comandos de Polícia, a fim de dar instrução de telecomunicações, cripto, etc.; quando a instrução terminava, por norma, informava o Comandante da Unidade e despedia-me dele. No acto da despedida, era quase sempre obsequiado com uma dessas peças que, por norma, não se encontrava à venda nos bares dos Comandos; este gesto significava para mim um sinal de que o Comandante teria ficado satisfeito com o meu trabalho até porque normalmente se despedia com um “volte sempre”.

Isqueiros


Considerações

Considero-me um coleccionador inveterado em medalhística da PSP. Além das medalhas policiais, de efígie mais antigas no anverso, possuo todas as medalhas alusivas às comemorações anuais e ainda outras dos vários Comandos de Polícia; da I. P. A. (International Políce Association), etc. Uma paixão? Talvez!
O homem traz naturalmente dentro de si o gosto das colecções. Se se entregar a uma delas (eu entrego-me a mais do que uma: selos, moedas, etc.), prolonga os sonhos de infância, dá corpo a algumas das aspirações de adolescente, vota a sua vida a uma finalidade cuja realização constitui permanente prazer. Passa melhor os seus tempos livres, porque coleccionar objectos do seu agrado também é uma arte. Quiçá, uma arte que tem muito a ver com a subtil “arte de saber viver”, sem vaidades, entenda-se! Assim nasceu o fascínio pelo coleccionismo nomeadamente de objectos alusivos à PSP.
A medalha é acima de tudo, uma recordação que gosto de preservar, pois a minha colecção traz-me à memória experiências, lugares, momentos especiais. E, afinal, quem não gosta de coleccionar bons momentos?
A propósito de vaidade, aproveito o ensejo de ter falado de medalhas, para referir que também possuo, devidamente encaixilhadas, as medalhas que me foram concedidas ao longo dos meus 35 anos de serviço efectivo. Modéstia à parte, sinto algum orgulho quando olho para o quadro e, uma a uma, verifico: Campanhas de Angola (2); Comportamento Exemplar (3); Assiduidade (3); Mérito e Segurança Pública (1) e Prata de Serviços Distintos (1).

Toda a obra humana é efémera nomeadamente a coisa ou conjunto de coisas que se tem em muito apreço ou em muita estima. Por isso não pode haver transmissão de geração em geração das coisas que relatam a história de um país, de uma instituição, etc., se estes objectos históricos não forem conservados e até restaurados quando necessário. Porém, numa época em que as novas tecnologias alargam sobremaneira os horizontes também nesta área da medalhística, os responsáveis têm de estar sempre muito atentos no sentido de criar as condições internas que melhor valorizem o objecto e lhe assegurem a longevidade em perfeito estado de conservação.
Agradecimento
Nos últimos anos os agentes Afonso Santos e Pedro Tenreiro, que trabalharam comigo durante muito tempo, ofereceram-me algumas medalhas comemorativas.
Obrigado pela gentileza
Não os vou esquecer!

Medalhas da IPA e da ANAP

Na vivência associativa do dia-a-dia, há inúmeras formas de praticarmos a solidariedade e, aí, também dei o meu contributo, nomeadamente na Secção Portuguesa da I.P.A.
A IPA, é conhecida sob a denominação, em língua Inglesa, de International Police Association (IPA). Tem como divisa “Servo Per Amikeco”, expressão que em esperanto significa “Servir por Amizade”.
No conjunto de medalhas da IPA e da ANAP, que se segue, encontra-se também uma medalha da Secção Escocesa (Scotland) da IPA, que me foi oferecida por um amikeko escocês, durante a denominada “Semana de Amizade” que decorreu na Bélgica no período de 12 a 19 de Setembro de 1981. Nesse evento, Portugal fez-se representar por 2 associados/IPA: Dr. António Lourenço, associado nº.4 e Manuel Valadas Horta, associado nº.59. Países representados: Alemanha, Bélgica (anfitriã), Canadá, Dinamarca, Escócia, Espanha, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, Israel, Estados Unidos (USA), Mónaco, Noruega, Portugal e Suíça (O Comissário Principal da PSP, Dr. António Lourenço*, meu antigo professor das disciplinas de português e de inglês na EPP, no último dia da efeméride, discursou em Inglês, Francês e Alemão, tendo deixado o auditório “boquiaberto”, depois de ali ter sido sugerido que as “Representações” deveriam falar pelo menos uma das línguas: O Inglês ou o Francês. O discurso proferido e de agradecimento para com a Secção Belga, fez comover o próprio Presidente da Secção do país anfitrião).
* Para um homem que, sonhando com um futuro melhor, concorreu à PSP, tendo como habilitações literárias a 4ª. Classe. Foi trabalhador-estudante durante 11 anos. Em 5 anos, fez com sucesso os exames do 1º., 2º. e 3º. Ciclo dos Liceus. A seguir frequentou os Institutos Britânico e Alemão e matriculou-se na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, concluindo a Licenciatura em Filosofia Germânica em mais 5 anos. Não é para todos, não senhor! Foi, pois, uma excepção à regra.
Obras Escritas pelo Dr. António Lourenço:
. Anuário da EPP, 1967-1977;
. História do Regionalismo Pampilhonense;
. Vontade de Vencer;
. O Pão Amargo dos Pobres;
. Grandes Obreiros do Regionalismo;
. Património Pampilhonense;
. História da Comissão de Melhoramentos;
. Secção Portuguesa da IPA - 25 anos de actividade.
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A sigla ANAP, antes referida, significa Associação Nacional dos Aposentados da Polícia (PSP).

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Comentário

NOCA disse...
"Caríssimo Valadas Horta!
Venho acompanhando o teu trabalho com muito interesse e acho que és detentor de um repositório de elementos relativos sobretudo à PSP, mas também à GNR, muito relevante.
Permite-me que faça uma observação despretensiosa: parece-me que estás a ir depressa de mais. Relativamente à medalhística e à heráldica tens aí pano para mangas.
Fizeste a apresentação descritiva de todas as medalhas e depois apresentaste uma foto ou fotos com várias medalhas. Penso que seria desejável que a seguir ou antes de cada descrição apresentasses a medalha para ligar a descrição ao objecto e isso tornava a apresentação ainda mais agradável e explícita.
Além disso tinhas material, e tens, par ir apresentando ao longo de um grande período de tempo, sem quebrar o ritmo de uma novidade quase diária. Assim penso que esgotarás o teu material em pouco tempo, depois o que apresentas? A não ser que o teu espólio seja muito mais diversificado do que eu imagino...
De todo o modo, parabéns pelo trabalho e continua com esse entusiasmo que me delicia.
Um abraço".

29 de Fevereiro de 2008 11:13

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IPA e ANAP




Algumas medalhas (Cont.)


Anverso e Reverso (Medalhas Comemorativas)

Dia da PSP” – Esboço histórico:

Anverso e Reverso, respectivamente:

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * Porto, 2 Jul 1980 - Pela Ordem e Pela Pátria (nº. 3336/5000 – Este número é o nº. da medalha que possuo):
Reverso – Dom Luiz, por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, etc., Fazemos saber a todos os nossos súbditos, que as cortes decretaram e nós queremos a lei seguinte:
Artigo 1º. É o governo autorizado a criar em cada uma das cidades de Lisboa e do Porto um corpo de polícia imediatamente subordinado ao governo do distrito que será denominado corpo de polícia civil.
(Diário de Lisboa – Ano 1867 – Número 149 – Folha Oficial do Governo Português).


Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1981 - Pela Ordem e Pela Pátria (nº. 265):
Reverso igual ao reverso da medalha anterior.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * Torres Novas - 02Jul 1982:
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da Polícia * 02 Jul 1983 - Pela Ordem e Pela Pátria:
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1984 - (nº. 3065):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1985 - (nº. 500):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1986 – Aqueduto das Águas Livres (nº. 1989):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1987 – 120º. Aniversário (nº. 183):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1988 – 121º. Aniversário (nº. 65/2100):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1989 – 122º. Aniversário PSP – Teatro Nacional de S.Carlos – 1º. Congresso (nº. 1757):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1990 – 123º. Aniversário da PSP – Expo90 – I Congresso Nacional de Fotografia (nº. 251):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1991 – 124º. Aniversário da PSP – Mosteiro dos Jerónimos – Cerimónias Policiais – I Concurso Nacional de Quadras Populares (nº. 107):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Polícia de Segurança Pública* 02 Jul 1992 – 125º. Aniversário – Pela Ordem e Pela Pátria (nº. 134/2500):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP *02 Jul 1993 – 126º. Aniversário – Igreja de São Miguel Arcanjo – GOE-PSP (nº. 84):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP *02 Jul 1994 – 127º. Aniversário – (nº. 101):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1995 – 128º. Aniversário – (nº. 222/1000):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1996 – 129º. Aniversário – (nº. 168/1000):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP *02 Jul 1997 – 130º. Aniversário – (nº. 143):
Reverso igual ao reverso da 1ª. Medalha comemorativa.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1998 – 131º. Aniversário – (nº. 120/1000):
Reverso – Ao serviço da Comunidade 24 horas por dia.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 1999 – 132º. Aniversário – (nº. A-95):
Reverso – Escola.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2000 – 133º. Aniversário:
Reverso – Mulher Polícia – Mulher Polícia.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2001 – 134º. Aniversário – (nº.268):
Reverso – A PSP ao serviço da Paz no Mundo.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2002 – 135º. Aniversário – (nº.129/300):
Reverso – …

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2003 – 136º. Aniversário – (nº.149/300):
Reverso – Grupo Operacional Cinotécnico “Semper Fidelis”.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2004 – 137º. Aniversário – (nº.222/300):
Reverso – Ganhar os desafios.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2005 – 138º. Aniversário – (nº.233/300):
Reverso – Segurança Aeroportuária.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2006 – 139º. Aniversário – (nº.115/300):
Reverso – Polícia em Movimento.

Comemorações Nacionais * Dia da PSP * 02 Jul 2007 – 140º. Aniversário – (nº.170/300):
Reverso – Investigação Criminal – Segurança e Justiça.

Nota: Entre 1980/1997, inclusive, o reverso das medalhas comemorativas é igual em todas elas. A partir desta data, o cunho do reverso passou a ser diferente em todas as medalhas. Algumas delas são muito bonitas, invulgares e dignas de exposição.
De referir que, a minha colecção (completa), já esteve em exposição na Câmara Municipal de Lisboa no dia 02Jul1997, data da comemoração do 130º. Aniversário da PSP.

A Medalha de 1993


Medalhas Comemorativas "O Dia da PSP"

Desde 1980 que se tem verificado ininterruptamente por parte do Comando Geral da Polícia de Segurança Pública, hoje Direcção Nacional, a emissão alusiva à comemoração de “O Dia da PSP”, que dá uma panorâmica singular da Instituição Policial em toda a sua riqueza histórica e cultural. Esta efeméride, é sempre um bom pretexto para, segundo uma tradição, assinalar a data com o lançamento da sua medalha comemorativa.

Algumas medalhas


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Medalhas Policiais

Trata-se de eternizar em medalhas acontecimentos ou factos que assinalam o trabalho árduo e difícil da Polícia em Portugal.

Esboço histórico:
Anverso e Reverso, respectivamente:
Os Quadrilheiros – Séc. XIV:
A Polícia em Portugal * Os Quadrilheiros * Primeira Instituição policial que existiu em Portugal, que viu decretadas em 12-2-1383, por D. Fernando, as suas primeiras leis.
A Intendência Geral da Polícia* Diogo Inácio Pina Manique * 1760-1833:
A Polícia Portuguesa * Intendência Geral da Polícia, criada em 25-7-1760, quando o Marquês de Pombal era 1º. Ministro. Foi extinta em 8-12-1833. Terceiro e mais famoso Intendente, Dr. Pina Manique, nomeado por D. Maria I.
Guarda Real da Polícia * 1802 – 1834 *Sold. Cav. 1808 Sold. Inf. 1808:
A Polícia em Portugal * Guarda Real da Polícia * Criada em 1801 e oficializada, pelo Alvará de 2-1-1802. Envolvida nas Guerras Liberais. É extinta em 12-5-1834 pela Convenção de Évora Monte. Foi um corpo militar organizado e eficiente.
Guarda Nacional 1823 – 1845:
A Polícia em Portugal * Guarda Nacional * Criada em 22-5-1823. Foi extinta em 7-10-1845, após um percurso atribulado. Salientou-se este corpo policial e militar na implantação dos Setembristas em 1835.
Guarda Municipal * 1834 - 1910 * Sold. Inf. 1834; Sold. Caval. 1834; Oficial Inf. 1848; Sold. Inf. 1900:
A Polícia em Portugal * Guarda Municipal * Criada por decreto de 3-7-1834, após a extinção da Guarda Real da Polícia. Dissolvida à dat da implantação da República em consequência da posição que assumiu ao lado das forças monarquicas.
Polícia Cívica * 1867 - 1918 * Uniforme Serviço 1898, Uniforme de Gala 1898:
A Polícia em Portugal * Polícia Cívica. Criada a 2-7-1867; este Corpo Policial foi instituído em todos os Distritos e na dependência dos respectivos Governadores. Sofridas numerosas reformas, deu lugar à actual Polícia de Segurança Pública.
Da "Cívica" à Polícia actual. 1950 - Patrulheiro; 1942 - Sinaleiro; 1945 - Chefe Esquadra:
A Polícia em Portugal *
Alterações mais significativas:
Dec. 4166 de 27 Abr 1918, cria a Direcção Geral da Segurança Pública.
Dec. 8435 de 21 Out 1922, reorganiza os Serviços da Polícia Cívica;
Dec.15825 de 31 Jul 1928, extingue a Direcção e cria a Intendência Geral da Segurança Pública;
Dec. 21194 de 20 Mai 1932, extingue a Intendência e recria a Direcção Geral de Segurança Pública;
Dec. 25338 de 16 Mai 1935 extingue a Direcção Geral da Segurança Pública e cria o Comando Geral de Polícia de Segurança Pública.
Polícia de Segurança Pública - Comando Geral:
"Diploma"
Polícia de Segurança Pública Pela Ordem e Pela Pátria:
Sinaleiro;
Guarda feminina;
Motociclista;
Patrulheiro;
Intervenção.
A Polícia em Portugal
Principais atribuições do Agente da PSP:
Assegurar a ordem e tranquilidade pública;
Impedir a prática de crimes e transgressões;
Orientar e fiscalizar o trânsito;
Vigiar os indivíduos perigosos e suspeitos;
Proteger os fracos e
Promover a prestação de socorros aos sinistrados e aos doentes.
PSP* Organização Territorial:
- Comando-Geral;
- Comando Regional;
- Comando Distrital;
- Açores e Madeira.
A Polícia em Portugal * Constituição da República – 1976:
Artigo 272º.:
1) A Polícia tem por função defender a legalidade democrática e os direitos dos cidadãos;
2) As medidas de polícia são as previstas na lei, não devendo ser utilizadas para além do estritamente necessário;
3) A prevenção dos crimes, incluindo a dos crimes contra a segurança do Estado, só pode fazer-se com observância das regras gerais sobre polícia e com respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Polícia de Segurança Pública – Madeira:
Virtude e Valor.
Arcanjo São Gabriel * Patrono da PSP:
A Polícia em Portugal * Em 31-8-1976, é publicado na Acta Apostolicae
25 anos do Alistamento na PSP, 1964 – Tomar – Abril 1989:
(Trata-se da medalha alusiva ao “Alistamento de Agentes/1964”; comemoração em Tomar, no dia 08Abr89. Comissão Organizadora: José Manuel Farropas; Aníbal Gonçalves Vieira; António Alberto Pinto; Manuel Valadas Horta).

A Medalha

A arte de fazer medalhas nasceu na Líbia onde também se fizeram os primeiros cunhos. Seguiram-se-lhe os Gregos e outros povos mediterrânicos, tendo, no entanto, começado com os Romanos a verdadeira especialização. Hoje em dia, apresentam um interesse especial, não só como obras de arte, como também pelo testemunho histórico da época a que pertenceram.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Uniforme - Modelo

Muito embora se diga que o uniforme tem uma só forma, que não muda, que é sempre igual, não é assim. O modelo ou padrão de um uniforme, não fica parado no tempo. Evolui e passa naturalmente por uma sucessão gradual de transformações.
Desde a vestidura do quadrilheiro, que usava saltimbarca, antiga vestimenta rústica e aberta dos lados, até à actualidade, o uniforme policial passou por grandes transformações e continuará a passar com a argumentação válida dos seus directores de que é conveniente manter o prestígio e dignidade e de melhorar a apresentação dos efectivos policiais.
Em relação aos uniformes das Forças Armadas:
No Exército:
Os uniformes do Exército remontam ao século XVII, havendo notícia de que as fardas do "Terço do Regimento da Junta do Comércio de Lisboa", já constituíam um tipo específico de Uniforme embora não regulamentado. No entanto, apenas em 1761, D. José I, por Decreto de 27 de Abril, aprova os distintivos a usar pelo Exército e em 1764, por Alvará de 24 de Março, aprova, por proposta do Conde de Schaumbourg Lippe, os Uniformes para o seu Regimento nº. 1. Tal alvará não constituía um Plano de Uniforme mas actuava como tal dando a necessária uniformidade e legalidade ao fardamento a utilizar pelo Exército Português (Pagela nº. 280, dos CTT, de 23-1-1985).
Na Marinha:
As primeiras referências reportam-se ao século XVII e dizem respeito aos uniformes do "Terço da Armada Real do Mar Oceano". Em 1982/83, foi dado ênfase às comemorações dos duzentos anos da criação da Companhia dos Guarda-Marinhas e da sua Real Academia (Pagela nº.244, dos CTT, de 23-2-1983).
Na Força Aérea:
Os uniformes da Força Aérea são muito recentes, pois só em 1952 foi promulgada como ramo independente das Forças Armadas (Pagela nº. 263, dos CTT, de 15-2-1984).

Uniformes actuais


Percurso Evolutivo (cont.)


Em 21 de Abril de 1918 são reformados os serviços policiais, criando-se uma Direcção-Geral de Segurança, composto por várias repartições, entre as quais a da Polícia de Segurança Pública.

Em 21 de Outubro de 1922: A Reforma Policial na qual se define que as funções da Polícia Cívica são essencialmente de natureza civil. Este corpo é dividido em quatro secções, sendo a mais importante a Polícia de Segurança Pública.

O mundo do século XIX, para não recuar mais, não era o de hoje, nem as comunicações o permitiam. Por isso, a origem da Polícia de Segurança Pública, como única polícia então existente, é uma origem citadina.
As instituições policiais que antecederam a actual estrutura da Polícia de Segurança Pública reflectem conjunturas sociais e políticas próprias de cada época.

Em 4 de Maio de 1932 dá-se a extinção da Intendência Geral da Polícia de Segurança Pública e criada a Direcção Geral de Segurança Pública, a funcionar no Ministério do Interior.

Em 16 de Maio de 1935 é extinta a Direcção Geral de Segurança Pública e é criado o Comando Geral da Polícia de Segurança Pública, a funcionar na Avenida António de Aguiar, nº. 18 – Lisboa. Transitou para o Largo da Penha de França, nº.1 – Lisboa, em 1974/75.

Em 27 de Janeiro de 1999, o Comando Geral passa a designar-se Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública, continuando a funcionar no Largo da Penha de França.

Polícia Cívica


Dica

Em “Uniformes policiais antigos”, clicar 1 (uma) vez sobre o quadro das figuras se pretender ampliá-lo. Após a verificação do mesmo fazer retrocesso, a fim de regressar ao ponto anterior (o mesmo procedimento para quaisquer outras figuras do blog).

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Percurso Evolutivo (síntese)

Foi o Marquês de Pombal, que reformou o Corpo de Quadrilheiros, passando este a designar-se por Polícia da Corte e do Reino e também foi este governante que, a partir desta altura, o termo "Polícia" começa a ser utilizado, pois até aqui, o quadrilheiro era conhecido por sisudo, morcego ou nocturno, visto exercer a sua actividade só de noite.
Segundo vários documentos, é por esta altura que se ensaiam os primeiros passos para a criação duma Polícia Política e independente da Polícia da Corte e do Reino. A liberdade de viajar, mesmo dentro do país, passou a ser limitada, com a imposição dos "bilhetes" necessários para as deslocações interurbanas, tal como hoje (...) ainda acontece em nações de regime policial e totalitário.
A época pombalina caracterizou-se por uma reforma exemplar, no âmbito da administração policial e foi em 1760 que foi nomeado o 1º Intendente da Polícia da Corte e do Reino, Inácio Ferreira Souto.
D. Maria I, nomeou Diogo Inácio de Pina Manique, Intendente Geral da Polícia da Corte e do Reino que, em 1801 cria a Guarda Real de Polícia, corpo militarizado e a cavalo.
Como polícia cívica, ligada às "civitas", local privilegiado do convívio dos cidadãos, aí evoluiu à medida que as cidades iam também evoluindo.

Uniformes policiais antigos




Indumentária

Os Quadrilheiros vestiam saltimbarca (vestidura larga com aberturas laterais), sapatos, calção, meia e um sombreiro.

O Quadrilheiro


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Evolução das Polícias

Os nossos primeiros monarcas começaram desde logo a outorgar forais às diversas localidades e neles estipulavam os direitos e deveres dos seus moradores, passando por isso, a serem conhecidas as regras pelas quais se deveriam reger. Dentro das cidades muradas a aglomeração de muita gente exigia que se impusessem regras severas de respeito mútuo.
No reinado de D. Dinis, a ordem pública, assim como a administração da justiça, passaram a ser contabilizadas nas prioridades régias.
As Ordenações Afonsinas, no capítulo dedicado aos alcaides (pequenos), traçam com muita preocupação o clima de insegurança e instabilidade interna.
Os principais crimes graves de que há menção de castigo, foram sucessivamente definidos por D. Afonso III, D. Dinis, D. Pedro e D. João I.
Os terrenos coutados e os bairros coutados, por se terem tornado covis de ladrões e assassinos, foram extintos na sua maioria e de tal modo que o criminoso só passou a achar refúgio em “terrenos sagrados” da Igreja ou Convento. Os crimes por especulação nos preços dos géneros essenciais à vida da população, começaram a ser julgados no reinado de El-rei D. Pedro, no local do mercado público, na Ribeira das Naus (Tribunal do Juízo dos Almotaces). Os prevaricadores após pagamento de multa, eram expostos à “assoada” da multidão.
Todavia durante alguns períodos da nossa História, a delinquência imperava e todas as noites se cometiam tanta mortes e roubos, que, pelo hábito, já parecia que “matar era cortesia e furtar modéstia”.
Quando em 1348 o país foi assolado pela Peste Negra, ocorreu uma fuga desenfreada de gente dos campos para as cidades, com especial destaque para Lisboa, Porto e Évora. Devido às carências do mercado de trabalho, o acréscimo de indigentes foi enorme. Como consequência, surgiu um surto de marginais. Todo o Portugal é flagelado por bandos organizados que circulando de terra em terra, designados “goliardos e goulães”, pediam esmola, assaltavam, roubavam e matavam. A falta de segurança era notória. Foi precisamente nessa altura e a pedido dos juízes, vereadores e homens bons da cidade de Lisboa, que D. Fernando, criou os “quadrilheiros”.
D. Fernando, para vigiar o sossego público, criou em 12 de Setembro de 1383, o primeiro Corpo de Agentes Policiais. Com um efectivo inicial de 20 homens, que passou esta organização a designar-se por Corpo de Quadrilheiros. Cada quadrilheiro, era ajuramentado e contratado por um período de 3 anos, recebendo em troca soldo e armas. Estas eram três varas, uma de 18 palmos, a utilizar na manutenção da ordem sempre que houvesse movimentação de “massas”, outra de 9 palmos a utilizar nas detenções individuais e a terceira, de cor verde, contendo as insígnias da autoridade, era utilizada em actos festivos.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Polícia - Origens

  • Breves considerações
  • Algumas fotografias, nomeadamente da PSP ao longo da sua existência
  • Fonte. Revista “Polícia Portuguesa”; História da PSP – Das Origens à Actualidade - João Cosme (Um bom livro. à venda: Edições Sílabo, Lda. - Rua Cidade de Manchester, 2, Lisboa - Tel. 218130345); Outras (Uma referência a direitos de autor e copyrights: É muito raro a publicação de uma ou outra imagem sem que seja feita essa referência, por vezes de autor desconhecido que não pude encontrar a sua localização).

    Longe de ser uma criação moderna, a polícia existiu sob todas as civilizações, embora as denominações tenham variado muito.
    O rigoroso regime policial que vigorou entre os Incas; no Egipto dos faraós junto dos seus monarcas há cerca de 3 000 anos e nos Hebreus logo após a sua saída do Egipto, são indícios da existência de instituições policiais nos tempos mais remotos.
    Em Roma, na antiguidade, o Pretor nas suas rondas pela cidade, fazia-se acompanhar de um grupo de 4 homens denominado quadrilha.
    No século I, os lictores* romanos actuavam como guardiães dos magistrados.
    * Oficiais que, na antiga Roma, precediam o cônsul e outros magistrados, trazendo um feixe de varas (fasces), originalmente destinadas à execução da justiça. As varas, trazidas, geralmente, sobre o ombro esquerdo, eram baixadas em sinal de respeito e saudação quando um magistrado comparecia perante outro de nível superior.

O Começo de uma vida nova

As minhas provas de admissão para agente (guarda provisório) da Polícia, tiveram lugar:
Prova escrita: No Liceu Camões – Praça José Fontana, em Lisboa;
Inspecção médica: No Comando da PSP de Lisboa – Rua Capelo. Nesta prova, tal como na inspecção militar, os concorrentes despiam-se dos pés à cabeça e, logo que fossem inspeccionados e submetidos a provas de esforço, sabiam se tinham ou não superado a prova.
Alguns dias depois, soube oficialmente que fiquei aprovado, relativamente bem classificado e que iria ser chamado para frequentar o tirocínio.
Em princípio e em termos de expectativas, as incógnitas eram uma constante. Porém, com o normal decurso no tempo, cheguei à conclusão que, servir na Polícia de Segurança Pública, abria um leque invejável de oportunidades a vários níveis, que eram franqueadas a todos sem excepção.
O tirocínio na Polícia de Segurança Pública foi em Tomar; exigia toda a dedicação e muito esforço. Os instrutores (pedras base/o arco de triunfo da instrução) ilustravam as matérias teóricas com ensinamentos colhidos da sua vivência prática de muitos anos. Realçavam que a aplicação das leis não excluíam a educação e as boas maneiras no contacto com o público.
À medida que os dias de aprendizagem passavam, ia ficando com uma ideia mais clara da importância da minha função, dentro da sociedade em que estava inserido e que, acima dos meus direitos, deveria colocar os meus deveres para com o público, tendo por obrigação de servir com espírito prestativo e com eficácia.
Por não me considerar nem indolente nem preguiçoso e de ter o firme propósito de aspirar a progredir, de ser mais e de ir mais além, logo após o tirocínio, senti a necessidade de aumentar os meus conhecimentos literários para me valorizar, melhor servir a população e, no futuro, poder ascender a posição mais favorável. O estudo implicou esforço acrescido, por ser feito nos intervalos do serviço e nas horas tiradas ao merecido descanso. Mas tudo o que é conseguido com sacrifício tem outro sabor; um trabalho incessante vence todas as dificuldades!
Num período relativamente curto de 10 anos, frequentei 3 cursos de promoção no único Estabelecimento de Ensino que então existia, a Escola Prática de Polícia.
A propósito, na descrição heráldica do brasão da Escola Prática de Polícia, a sua divisa (lema) é: “Ad Augusta per Angusta”. Significado: “…a lugares elevados por veredas estreitas; não se alcança o triunfo sem as agruras do combate; não se ascende à glória, à virtude, senão vencendo grandes obstáculos”.

Serviço Militar

No início de cada ano um edital camarário era afixado nos lugares de estilo da sede e freguesias do concelho, de teor seguinte:
Avisam-se os mancebos, que completem 20 anos, que devem comparecer para inspecção militar…”.
Resultado da Inspecção Sanitária da Junta de Recrutamento:
“Apurado. Todo o serviço de engenharia”
No mês de Maio de 1961 era grande a agitação militar. Para mim, incorporado em Março de 1960, a roleta da sorte, em termos de mobilização, ditou: Angola. Foram 4 anos de tropa.
Ainda nas fileiras do Exército (Angola) meti os papéis para concorrer à Polícia de Segurança Pública.

Apresentação

Nasci no concelho de Mértola e lá vivi, no seio de uma família de agricultores até aos 20 anos de idade. Os meus progenitores trabalhavam como responsáveis de uma grande herdade (latifúndio), caracterizada pelas culturas de sequeiro em regime extensivo, tendo como culturas predominantes os cereais, com relevo para o trigo.
Os primeiros anos da minha vida, foram passados no ambiente rural em que as tradições ancestrais se mantinham, com um respeito quase sagrado pelos progenitores e com ausência quase total de delitos, sem necessidade de polícias nem de tribunais (ó campo, quando te voltarei a ver! “O rus, quando ego te aspiciam”; palavras de Horácio, saudoso dos prazeres da vida campestre.
Sem dúvida que o homem que nasceu e viveu sempre na cidade, não se apercebe da pureza e riqueza do mundo rural e, neste domínio, está em desvantagem.
Por imperativo das circunstâncias, deixei o "Alentejo Profundo" onde os contos eram narrados à volta da lareira; onde nas longas noites de serão se reunia a família, ou às rápidas horas de uma noite de estio, na soleira da porta, ao auditório atento, a ouvir histórias por pessoas que possuíam repertórios insgotáveis: de príncipes e mouras encantados, de bruxas, de lobos, de proezas de cavaleiros, de fadas benfazejas, etc. O conto das mouras encantadas, princesas formosíssimas que ficaram desses remotos tempos na península, em paços invisíveis, à espera de quem lhes viesse quebrar o cativeiro, soltando a palavra mágica (Ilustrando com um exemplo: ...uma vez uma moira linda aparecia sobre um penedo a fiar e cantava que era uma maravilha! Todos tinham medo de se aproximar. Um rapaz decidiu-se e pôs-se a cantar ao desafio com a moira; ela tranformou-se numa serpente... e.... Desfecho - O rapaz e a moira ficaram muito ricos, casaram e foram felizes para sempre!!!).
As tais moiras encantadas tinham quase sempre a ver, regra geral, com lugares onde existissem vestígios de eras remotas, onde supostamente tivessem sido encontrados tesouros... panelas cheias de moedas de ouro, etc. Contavam que, a esta ou àquela hora, principalmente à meia noite as mouras gritavam, choravam ou riam às gargalhadas batendo palmas.
Existia também em tudo isto, uma tendência natural para a superstição.
Recordo mentalmente, centenas de vezes, todos os passos destas histórias; tenho tudo gravado na memória.
Era-me familiar o canto matinal do galo, e o amanhecer já não tinha para mim quaisquer segredos. O Sol encontrava-me sempre de pé, e em pé me deixava ao esconder-se.
Onde é que as histórias começam verdadeiramente? Na vida, não abundam os começos bem definidos, os momentos em que se pode dizer que tudo começou quando os recordamos. Contudo, há ocasiões em que o destino cruza a nossa vida, desencadeando uma sequência de acontecimentos cujo resultado nunca poderíamos ter previsto.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Prestação do serviço militar

No início de cada ano um edital camarário era afixado nos lugares de estilo da sede e freguesias do concelho, de teor seguinte:
“Avisam-se os mancebos, que completem 20 anos, que devem comparecer para inspecção militar…”.
Resultado da Inspecção Sanitária da Junta de Recrutamento:
“Apurado. Todo o serviço de engenharia”
No mês de Maio de 1961 era grande a agitação militar. Para mim, incorporado em Março de 1960, a roleta da sorte, em termos de mobilização, ditou: Angola. Foram 4 anos de tropa.
Ainda nas fileiras do Exército (Angola) meti os papéis para concorrer à Polícia de Segurança Pública.

Advertência

No Blog, não tenho qualquer outra pretensão que não seja a de considerar como um entretenimento de aposentado da instituição policial a que pertenci, de fazer uma ligeira análise sobre recordações, algumas das quais já muito olvidadas. Farei breves comentários, sobre uma vivência diária recheada por vezes, de emoções, incertezas, riscos, fadiga, ansiedades, etc., e de expor também no blog peças de exposição relativas ao historial da Polícia, nomeadamente de guiões e de medalhas comemorativas, que possuo.
Consciente das minhas limitações em algumas áreas (advirto que não sou detentor de dotes literários), fico atento a qualquer crítica sobre o que deixarei escrito. Agradeço, portanto, como colaboração desinteressada, todas as indicações que me sejam dadas sobre possíveis omissões ou erros; erros ou omissões que, sem ajuda, talvez nunca seja capaz de os detectar.
Espero por isso e não só, que os Internautas, colegas de profissão, que fizeram uma caminhada paralela e que transportam aquela solidariedade de quem viveu “a polícia” se aproximem e que sintam a alegria pelo seu dignificante passado na Instituição Policial e me ajudem a recriar o percurso da vida de um polícia. Aguardo a vossa colaboração e apelo à crítica construtiva.

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Comentário

NOCA disse...
"Caríssimo Subintendente Horta, por teres iniciado esta forma de comunicar.
Desejo-te uma longa e agradável viagem pela blogsfera e estou certo que atingirás os teu sobjectivos com interesse para ti e para a Corporação a que pertences e tão orgulhosa quanto eficazmente serviste e ainda serves, como se vê pelo teu Blog.
Permite-me uma sugestão: eu daria ao Blog um título mais sintético, se possível apenas uma palavra.
Mas tudo bem, o que interessa é o sumo e o sabor dos posts que vais lá pôr.
Um abraço
NOCA"

21 de Fevereiro de 2008 19:03

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Acerca do meu Blogue

Este meu Blogue tem como finalidade, despertar o interesse pelo passado no presente e trazer ao futuro um conhecimento mais rico e tornar mais elevada a compreensão dos fenómenos que envolveram e continuam a envolver a Polícia ao longo dos seus séculos de história.