sexta-feira, 28 de março de 2008

No livro

Meio a brincar, meio a sério, também já escrevi um livro (ano de 2003), a que às vezes rotulo de “o meu dossier”, a que dei o título: “Memórias de Um Passado Recente”. Falei da minha infância, do meu concelho (Vila-Museu – Mértola, que foi capital de um reino muçulmano – Taifa), dos usos e costumes da região, da ida para a tropa, do ingresso e dos quase 35 anos de serviço activo na PSP, da aposentação, do Montijo onde resido, etc., e, como não podia deixar de ser, também falei da “Rádio e da Televisão”. Disse:
“ A rádio e a Televisão
Até à década de “50” a Informação Radiotelefónica não chegava com regularidade aos Moinhos de Vento – Mértola. Muito poucas, mas mesmo muito poucas, eram as pessoas que tinham telefonia (um enorme caixote) em casa; todavia, essa situação nãos se passava somente naquela região do Alentejo; acontecia um pouco por todo o País, nomeadamente, nas zonas rurais; porém, não podemos pensar que, o aparecimento da “Rádio”, em Portugal, existia há muitos anos! O seu historial, é o seguinte:
As primeiras emissões radiotelefónicas regulares em Portugal foram feitas em Lisboa, em 1925, pela estação amadora CT1AA, que se manteve no ar até ao aparecimento da rádio oficial. A rádio particular nasce em Fevereiro de 1931, com as emissões do Rádio Clube Português. Só dois anos depois surge a Rádio Oficial que em 1936 consegue autorização para a emissão de publicidade. A Emissora Nacional só foi constituída oficialmente em 1940. Hoje em dia, proliferam as estações locais, que se orientam exclusivamente para a sua região, enquanto na capital vários grupos disputam entre si a atribuição das frequências nacionais.
De Televisão, nesse tempo, nem sequer se ouvia falar, até porque a actual Rádio Televisão Portuguesa (RTP), comemorou os seus 46 anos de vida no dia 07 de Março de 2003. O início das emissões regulares televisivas partiu dos Estúdios do Lumiar, difundidas por um pequeno emissor provisório, de fraca potência, instalado em Monsanto, precisamente no dia 07 de Março de 1957; além disso, até chegar ao Alentejo profundo demorou algum tempo, porque a aquisição e instalação de repetidores por esse País fora, até à sua cobertura total, demorou ainda alguns anos.
Especificando melhor esta questão, poder-se-á dizer, com alguma segurança, o seguinte:
Em 1884, o engenheiro alemão Paul Nipkov patenteou a experiência de um aparelho óptico-mecânico designado por “disco Nipkov”, mas a experiência não viria a ter futuro imediato;
O inventor Jonh Baird, em 1926, seguindo as já longínquas experiências do referido engenheiro alemão, deu passos significativos nessa área e, uma transmissão entre a Europa e a América, foi conseguida em 1928. De qualquer maneira, sem a invenção do iconoscópio pelo cientista russo-americano Valdimir Zworkin, a televisão não seria ainda hoje mais do que uma simples curiosidade.
Em Portugal, a Rádio Televisão foi criada em 1955 e os seus primeiros centros emissores (Monsanto – Lisboa; Lousã – Centro e Monte da Virgem – Porto) entraram em funcionamento em 1957.
O nosso tempo, caracterizado por prodigiosas descobertas e avanços nos domínios da ciência e da técnica, ficará certamente na história como o tempo das comunicações”.

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